terça-feira, 11 de maio de 2010

Um Parque Natural da "TRETA"

Criado em 1995, o PNSACV sempre foi considerado pelas populações como um autentico corpo estranho, que só sabe restringir ou proibir, cuja existência nunca contribuiu em nada na melhoria da qualidade de vida das populações.

Depois de 15 anos de "Deus dará", em que tudo foi proibido aos pequenos e tudo foi permitido aos grandes tubarões tipo Roussel, eis que um bando de burocratas do ou a soldo do ICNB resolve parir uma proposta de revisão "mil vezes" pior que a existente.

E o mais grave é que a nova proposta de Plano de Ordenamento foi elaborada sem que a promessa de acompanhamento e monitorização do Parque, visando "uma gestão adequada à salvaguarda dos recursos naturais, com a promoção do desenvolvimento sustentado da região e da qualidade de vida das populações" tivesse sido minimamente cumprida.

Tambem a promessa de actualizações cartográficas que permitissem um conhecimento técnico mais preciso da realidade das explorações existentes na área do Parque, não passou do papel. Se a isto acrescentarmos a inexistência de estudos científicos que fundamentem as decisões tomadas, somos obrigados a concluir que os "ambientocratas" de Lisboa andam a brincar com a vida das pessoas.

Com "amigos" destes, os habitantes da região não precisam de inimigos. E chegados aqui, face às aberrações produzidas, é legitima a interrogação se o objectivo deste novo plano, à semelhança do anterior, não é, exactamente o de pôr todo o mundo contra a ideia de existir um Parque, o que será óptimo para quem vier a seguir tomar conta desta área desprotegida.

O novo ataque a todos aqueles que vivem no Parque é feito em duas grandes direcções.

A primeira, é dirigida contra as actividades tradicionais, nomeadamente as pescas, a agricultura e a pecuária, sacrificadas em forma dos regimes de cultura intensiva, baseados na utilização massiva de adubos químicos e pesticidas, o que num parque que se pretende natural constitui um autentico absurdo. Este ataque é perfeitamente claro e evidente para a imensa maioria dos residentes.

A segunda direcção do ataque tem objectivos menos evidentes à primeira vista. Com efeito, criar uma linha de protecção costeira de 2 km parece ser uma medida visando evitar a betonização do litoral e a sua transformação num novo El Dorado da construção civil. Mas só à primeira vista, porque esta medida é um autentico gato escondido com rabo de fora. Se até 2 km da costa tudo for proibido, só resta às pessoas que lá vivem abandonarem tudo e partirem, deixando o terreno desimpedido para os vampiros que não tardam em chegar.

De que valerão todas as restrições e todas as proibições, só aplicáveis aos pobres deste mundo, face ao rolo compressor dos PIN`s e dos PIN`s Plus, quando estes, depois do pó assentar, decidirem lançar as suas garras sobre esta costa paradisíaca.

Resta-nos a esperança de que as populações, que foram capazes de uma grande mobilização contra as leis anti populares e discriminatórias que regulam a pesca lúdica, voltem a unir-se contra este novo projecto de ordenamento e que os autarcas dos concelhos que integram a área do parque - Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, cumpram o prometido, não compactuando com os atentados contra os legítimos interesses das populações e levando até às ultimas consequências a defesa dos mesmos.

Fonte: Oceanus Atlanticus

1 comentário:

Matos disse...

Boas,

infelizmente é assim que o "mundo real" funçiona...

Muito INFELIZMENTE...

Abr e só resta esperar que assim não seja...

Abr P.Matos