Rebocador Klemens
Para a maioria dos milfontenses é apenas "o barco", para o Estado é um amontoado de lixo designado por Resíduo Sólido Urbano, outrora chamou-se Klemens e foi um rebocador holandês com 17m de comprimento. Aqui fica a sua história.
Algures em Dezembro de 1996, o Klemens partiu do porto holandês de Leewarden, com destino a Portimão. Na noite de 12 de Dezembro, com bom tempo e mar calmo, o navio encalhou junto à "Pedra do Patacho", bem próximo da ETAR de Milfontes. Os motivos do sucedido parecem estar relacionados com a inabilidade dos quatros tripulantes, visto que nenhuma possuía as habilitações necessárias para a navegação em alto mar. A ausência de documentação por parte dos tripulantes e a falta de seguro e registo da embarcação, fizeram com que muito se especulasse relativamente ao seu envolvimento em actividades ilícitas.
Depois de um longo jogo do "empurra", entre diversas entidades, com vista a definir quem seria o responsável pela remoção do rebocador, surge em 2003, o indescritível comunicado da Delegação Aduaneira de Sines:
"A mercadoria em causa deixou de ter interesse patrimonial para a Fazenda Pública, pelo que V.Ex.ª lhe pode dar qualquer outro destino, designadamente considerá-la resíduo sólido urbano".
Que é como quem diz, agora que já não podemos fazer dinheiro nenhum com isso, resolvam vocês o problema.
A resposta da Câmara de Odemira é aceitável e compreensível:
"O município recusa a proposta, pois entende que não lhe compete resolver o assunto. A CMO não dispõe de meios técnicos para remover da praia uma embarcação com cerca de 20 metros, nem de condições para depositar um tal resíduo, que é tudo menos lixo doméstico e que nem o Aterro Sanitário do Litoral Alentejano terá capacidade para receber".
Quinze anos depois do naufrágio, tudo continua na mesma, nenhuma autoridade resolveu tirar este pedaço gigantesco de metal ferrugento, de uma praia situada em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Fonte: Riomira.com